segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Dar Espaço


Nos dias de hoje facilmente somos “empurrados” a correr atrás da vida… a correr atrás dos afazeres domésticos, atrás de “exigências” profissionais, sociais e familiares, atrás do relógio, atrás de emoções… De forma menos ou mais consciente, no meio do frenesim desse “corre-corre” tendemos a desconectarmo-nos e a afastarmo-nos do nosso centro de paz e equilíbrio. É desde esse centro que a vida se apresenta tal como cada um a perceciona de acordo com as ferramentas de conhecimento que reuniu, integrou e colocou em prática ao longo das experiências e vivências da sua vida.

Seria benéfico que todos tivéssemos encontrado na vida uma ferramenta que fosse uma poderosa ajuda para o cultivo de uma atitude de higiene mental/emocional, da mesma forma como mantemos a higiene física. É de importância vital para o equilíbrio e bem-estar de cada um, inserir na rotina diária de forma consciente pequenas mudanças, cultivar pequenas ações, que por sua vez de forma gradual e natural, operarão grandes mudanças na forma de como nos sentimos e observamos a nós próprios e consequentemente na forma de nos relacionarmos com o mundo e com a vida.
Há momentos em que é necessário dar espaço à vida, para que desde esse espaço haja oportunidade de crescimento e expansão.De facto, concedendo-nos “espaço” para cultivarmos um estado de atenção e observação consciente para connosco próprios, abrimos uma janela de oportunidade para fazermos acontecer algo diferente nas nossas vidas.

Mas, o que é isso de “dar espaço”?

Dar espaço trata-se da desidentificação da atenção com o pensamento/personalidade. Por vezes a vida convida a abrir mão do que pensamos para que, nesse espaço, possamos redefinir o que pensamos, acreditamos e sentimos, reformulando assim a nossa própria perceção da realidade. Deste modo algo novo pode ter lugar para florescer e se manifestar na vida. Mais do que com os olhos, vemos e filtramos a vida através do que sentimos (emoções) e acreditamos (crenças). Dito de outro modo, vemos a vida através das lentes que no momento usamos. E se alterarmos a graduação das lentes?... Ou mesmo, se removermos as lentes?... O que acontecerá? Espaço!
“Dar Espaço”... “Espaço” é a distância que separa o observador daquilo que é observado. “Dar” é a escolha e responsabilidade de cada um. Dar Espaço a nós próprios é viver de forma mais plena cada momento, graças a uma visão mais abrangente. Se não gostamos do que recebemos da vida, talvez seja o momento de observar o que estamos a dar de nós à Vida, pois recebemos dela aquilo que damos de nós.


Namastê
Jorge Miguel Porfírio

sábado, 18 de outubro de 2014

A Arte de Sintonizar


É do desejo que nasce toda a Ação. Renunciar ao desejo seria renunciar à Vida, pois Vida é Ação. Sem o desejo a experienciação da condição humana e a sua evolução simplesmente não poderiam ter lugar.


Um tipo de desejo há que brota desde a alma, tal como um chamamento, tantas vezes tão facilmente distorcido pelos filtros da personalidade que, conforme as cores as quais dispõe na sua palete no momento, assim “pinta” a sua verdade, a sua forma de acreditar e defender a sua realidade e forma de perseguir a sua felicidade. Esse tipo de desejo profundo, virgem e imaculado, puro e forte, esse Almejar, é a alavanca da Vida. Sentir e escutar clara e nitidamente o Almejar que esse desejo é, implica saber reconhecer, observar, aceitar, silenciar e transcender interferências nesse sinal, os desejos superficiais frutos da personalidade egóica, essa voz interior que impele à satisfação dos sentidos e ilusório e efémero preenchimento de vazio.

Tal como quando passa a nossa canção favorita numa determinada frequência de rádio e de forma a melhorarmos a qualidade do sinal por vezes temos de proceder a um ajuste no botão, assim deve ser o procedimento interior para sintonizarmos com essa frequência presente em cada coração. Sintonizarmos com esse sinal único e individual da alma, é sintonizarmo-nos com o nosso Dharma, aquilo que nos realiza e nos torna realmente na felicidade que perseguimos no exterior, vivendo plenamente a vida

Porém, almejar viver a vida de forma plena, implica reconhecer e aceitar a vida tal como ela é. A impermanência das coisas, a transitoriedade de acontecimentos e inevitabilidade das mortes (que nada mais são do que fins de ciclo) presentes na realidade dual desta vida, aqui e agora, onde existe o Positivo e Negativo, Sol e Lua, Branco e Preto, Dia e Noite, Mulher e Homem, Yin e Yang, Saúde e Doença, Prazer e Dor, Alegria e Tristeza … Nascimento e Morte.

Tal como a cana de bambu que ao longo do seu crescimento vai encontrando mais força para crescer em cada nó, em cada morte de algo velho está latente a semente para um renascimento para algo novo. Com essa Presença consciente cultivada e colocada em prática a cada momento, o crescimento e amadurecimento do indivíduo é naturalmente alcançado e assimilado no trilhar da sua vida, em cada obstáculo e desafio do seu caminho. Aquilo que para a lagarta é o fim do mundo, é o nascer do mundo para a borboleta.


Dessa forma, re-descobre-se a Vida, o Presente presente que vibra e vive nas mais pequenas e simples coisas. Onde quer que estejamos, se olharmos neste preciso momento à volta, veremos que tudo está a acontecer. Essa vida já lá estava, porém agora estamos sintonizados de forma diferente… estamos numa estação de rádio que não é deste mundo, mas que abraça e ama este mundo. Sabemos que estamos a escutá-la, a vive-la e... a Ser!

Namastê
Jorge Miguel Porfírio

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Movendo montanhas


Hanuman, o deus macaco hindu, com a sua fé inquebrantável e Amor inabalável para com o seu senhor Rama, carregou uma montanha inteira junto de Rama, para que com ervas medicinais dessa montanha pudesse curar o seu irmão Lakshmana ferido na guerra contra Ravana. Hanuman representa a força e poder da fé, entrega e devoção para com o Ser Supremo.


Quando a energia que suporta a ação é pura e elevada, brota a manifestação do Supremo. Força Suprema e determinação inabalável nascem naturalmente em todo o ser humano quando algo mais elevado se eleva à voz da mente/personalidade. Toda a ação desapegada pelos resultados e seus frutos, entregues ao Divino, desencadeiam no Universo o natural fluir de acontecimentos Cósmicos, alinhados com o propósito Superior e Divino de cada um e do Todo.

Devoção é ação devocional… ação que não tem origem pois o fim é origem e a ação apenas uma ponte, um instrumento de manifestação do que É.
DevoAção move montanhas~ Jorge Miguel Porfírio

Namastê

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Ser Livre

“Não é o corpo, a mente ou o espírito que necessitam ser libertados. 

Eles já são livres.

O que há a libertar é tudo aquilo que limita o corpo,

condiciona a mente e retrai o espírito.”

J. Miguel Porfírio 

Namastê _/\_


quinta-feira, 10 de abril de 2014

O que é o Yoga?


Perguntam o que é o Yoga...
Bem, a meu ver, digamos que na sua dimensão Real (União), Yoga tem o potencial de conduzir o praticante a um estado profundo de integração do seu Ser. Mas é o ser, na sua individualidade, que tem de se permitir fazer esse caminho, ou seja, de mergulhar. Nada nem ninguém exterior a Si mesmo o pode fazer por ele.
~ Jorge Miguel Porfírio

quarta-feira, 19 de março de 2014

O Yoga que Eu Sou ... Agora.

O Yoga, como eu o sinto, é uma ferramenta milenar à disposição da humanidade, que revela de forma natural e gradual ao praticante a sua Identidade Real.

No Hatha Yoga são usadas posturas psicofísicas (asanas), exercícios respiratórios (pranayamas), técnicas de recolhimento, condução e foco da mente (pratyahara, dharana, dhyana), exercícios de som (mantras) e é cultivado o empoderamento da consciência das raízes e formas de expressão humanas (yamas e nyamasde forma a unir toda a dimensão única e individual da condição humana.

Este trabalho tem como objetivo o Raja Yoga, o Yoga da União, em que a mente e corpo conduzem ao êxtase, ao estado de Ser de União com o Universo (Samadhi). Podemos afirmar que Yoga é uma disciplina de transformação do potencial humano. - Jorge Miguel Nunes Porfírio

“A mente só pode ser conhecida por aquilo que está atrás dela”Nisargadatta

nAMAstê

sábado, 15 de março de 2014

Quaresma - Um Trabalho Interior




A Vida devolve a forma daquilo que acreditamos ser. Acreditamos no que sentimos.
Iluminada ou menos iluminada (conscientes ou menos conscientes) é nessa ponte, nessa troca, que traçamos momento a momento o destino das nossas vidas... a Ponte entre o Receber na mente o sentimento da emoção com a qual o Coração vibra e Dá. É este o Salto de Fé, e é nele que Somos Agora.
Iluminemos pontes dentro, caminhando fora. De dentro para fora... Sendo!
Boas passagens... Boa Quaresma, com muito Amor!
Jorge Miguel Porfírio